A descarga de uma grande quantidade de óleo de automóveis lançou uma extensa mancha poluidora, no troço do Rio Este que passa pela Zona Desportiva da Rodovia, no centro da cidade de Braga, calculando-se que milhares de peixes terão morrido esta segunda-feira, ao longo de centenas de metros do curso fluvial, dizem testemunhas que conhecem a zona.
Para o local foi chamada inicialmente a PSP, começando por identificar os cidadãos que denunciaram o crime ambiental, mas depois constatando que se trata de uma zona sob a jurisdição da GNR de Braga, passou a ocorrência para o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana, que está a investigar o caso, a fim de tentar identificar a fonte poluidora, havendo suspeitas que na origem do foco de contaminação estará uma oficina de automóveis sita na freguesia de São Pedro de Este, em Braga, o que não estará ainda confirmado, porque continuam a decorrer as diligências.
A situação de mais uma descarga poluente no Rio Este causou indignação entre cidadãos que se encontravam a praticar desporto e outros que diariamente frequentam o local, pois segundo uma das testemunhas oculares, “o óleo negro é tanto hoje aqui, que nem sequer se vê o fundo do rio, os peixes desapareceram do leito, completamente, nunca houve tanta mortandade como hoje, estes atentados ambientais têm que acabar de uma vez por todas”.
Uma das últimas descargas, poluidoras, que são recorrentes na zona urbana de Braga onde passa o Rio Este, ocorreu recentemente, no dia da inauguração do Parque Desportivo da Rodovia, segundo referiu ao SOL um grupo de atletas que costuma frequentar aquela área e tem vindo a alertar as autoridades públicas sobre os atentados ambientais contra o único rio que nasce e passa pelo meio da cidade de Braga, desaguando, por sua vez, no Rio Ave.
O alerta para o i partiu de um grupo de amigos que frequentam o quiosque junto ao acesso principal do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, na Avenida do Mestre José Veiga, em Nogueiró, Braga, a meio da tarde de hoje, entre lamentos de mais uma descarga poluente, contando-se em cerca de meia centena as ocorridas já nos últimos seis anos, segundo relataram os mesmos cidadãos, pedindo para não serem identificados, para “não dar a cara, porque Braga é uma cidade muito pequena”, referiu ao SOL um sexagenário.
Contactada uma das assessoras de imprensa do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, disse ao SOL desconhecer a situação, explicando que se trata de um assunto do Pelouro do Ambiente, cujo titular, o vereador Altino Bessa, não conseguimos contactar.