Margarida Rolo, de 43 anos, está acusada pelo Ministério Público (MP) de um crime de homicídio qualificado. O julgamento arranca esta sexta-feira no Tribunal de Santarém.
De acordo com o despacho de acusação do MP, citado pelo Correio da Manhã, Margarida Rolo, professora, assassinou o marido, José Duarte, também ele professor, com pelo menos 79 facadas e sete golpes de martelo, na residência onde viviam em Chainça, Abrantes, em agosto do ano passado.
Para cometer o crime, a mulher drogou a vítima com calmantes.
De acordo com o MP, que realça o calculismo e a frieza de Margarida Rolo para cometer o crime, a mulher decidiu matar o marido devido ao descontentamento com a vida conjugal e ao facto de José Duarte querer pedir o divórcio, decisão com a qual a professora não se conformava.
No dia 16 de agosto de 2018, a suspeita conseguiu que o marido ingerisse, à hora de jantar, alguns medicamentos que lhe viriam a provocar sonolência. A mulher, que começou por combinar um café com uma amiga, saiu depois de casa e levou os filhos para o encontro. Já no carro, Margarida Rolo deu a desculpa de que precisava regressar a casa para ir à casa de banho, escreve o Correio da Manhã.
Enquanto José Duarte dormia num sofá no alpendre do jardim, a mulher começou a desferir golpes na cabeça do marido com um martelo. Atordoado, o homem conseguiu levantar-se e retirou-lhe o martelo das mãos. A suspeita correu para cozinha e agarrou numa faca, com 18 centímetros de lâmina. A mesma faca que depois usou para golpear o marido 79 vezes.
Mais tarde, depois de trocar de roupa, e de os vizinhos ouvirem os gritos de José Duarte, Margarida Rolo gritou por ajuda com a desculpa de que haviam sido assaltados, versão que usou sempre até ser confrontada com os indícios recolhidos pelos inspetores da PJ de Leiria.
Margarida e José estiveram casados 14 anos. Os filhos, de 11 e 14 anos, continuam a viver na mesma casa e estão ao cuidado dos avós.