Uma garrafeira de Lisboa anunciou, esta terça-feira, que vai deixar de vender os vinhos das empresas onde Joe Berardo é acionista. Em causa estão as polémicas declarações do empresário na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos, na última sexta-feira.
Através do Facebook, a garrafeira e loja gourmet BacoAlto informou que “não vende, não compra, nem aconselha vinhos” das empresas em que José Manuel Rodrigues Berardo é acionista. As razões, essas, “são mais que conhecidas”.
“O dito é acionista das Empresas Bacalhoa, Quinta do Carmo, entre outras. Se és INTELIGENTE não é preciso dizer mais nada, por isso a vossa atitude pode fazer a diferença. Quem rouba os PORTUGUESES não pode ser ajudado”, refere a garrafeira.
“Temos perfeita noção de que os vinhos destas empresas são bons. O acionista é que deixa muito a desejar”, disse António Albuquerque, gerente do espaço que se localiza no Bairro Alto, em declarações ao Observador.
Na referida publicação, a garrafeira referia que a Sogrape era uma das empresas que tinha como acionista Joe Berardo. Informação que entretanto já foi negada pela própria empresa e corrigida pela garrafeira do Bairro Alto.
“Vem a empresa por esta via esclarecer que José Berardo não tem qualquer participação na estrutura acionista do Grupo maioritariamente pela família Guedes”, lê-se numa nota de esclarecimento da Sogrape.
Recorde-se que, na ultima sexta-feira, na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, o empresário afirmou que é "claro" que não tem dívidas, numa resposta à deputada Mariana Mortágua. Postura que tem sido altamente criticada, já que o comendador deve milhões de euros à banca.
Também nas redes sociais há vários apelos ao boicote dos vinhos associados a Joe Berardo, algumas das publicações com mais de 10 mil partilhas.
Notícia atualizada a 16 de maio às 19h30