Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, entregou-se esta sexta-feira às autoridades para cumprir a medida de coação de prisão preventiva ordenada pelo Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), no âmbito do processo do ataque à Academia de Alcochete, em maio de 2018, avança a TVI.
Os juízes desembargadores deram assim provimento ao recurso do Ministério Público, apresentado por Cândida Vilar. A procuradora interpôs recurso da decisão do juiz de instrução criminal Carlos Delca, que aplicou ao arguido uma medida de coação menos gravosa – Mustafá ficou sujeito apenas a apresentações diárias às autoridades e ao pagamento de uma caução de 70 mil euros, em novembro de 2018.
"Existem sérios perigos de continuação da atividade criminosa, de perturbação de inquérito, de fuga e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas", lê-se no despacho do tribunal, a que a agência Lusa teve acesso.
A decisão da Relação revoga a decisão do Tribunal de Instrução Criminal do Barreiro, justificando a nova medida de coação com o facto de Mustafá estar acusado de tráfico de droga, ter antecedentes criminais e estar a ser julgado no processo de assaltos violentos a casas, que envolve o ex-inspetor da Polícia Judiciária Paulo Pereira Cristóvão, por crimes de associação criminosa, roubo ou sequestro.
O mandado de detenção foi cumprido na tarde desta sexta-feira, quando Nuno Mendes se apresentou no posto para cumprir a medida de coação a que estava obrigado.