Na tentativa de tentar proteger a biodiversidade e o ecossistema da ilha das Berlengas vai ser imposto um limite de visitantes diários em simultâneo. A medida é implementada já este mês. A partir de agora, apenas 550 visitantes poderão embarcar e visitar a famosa ilha de Peniche em simultâneo, segundo declarações de operadores das embarcações marítimo-turísticas de Peniche e de uma fonte ministerial à agência Lusa.
A ilha das Berlengas, classificada em 2011 como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) recebe mais de 65.500 pessoas de visitas por ano, entre as quais 43.250 na época alta, segundo um estudo realizado pela Universidade Nova de Lisboa.
As opiniões sobre o limite imposto são diferentes entre os vários membros da região. Na última assembleia municipal, o presidente da Câmara de Peniche Henrique Bertino, mostrou-se a favor da medida pois considera importante definir um limite de carga humana devido a “questões de segurança”.
A Associação de Operadores Marítimo-Turísticos de Peniche concorda com a medida mas não pelos mesmos motivos de Bertino. O presidente José Manuel Fernandes disse à agência Lusa que o limite imposto vai permitir “um melhor serviço e uma melhor preservação” da ilha.
Sérgio Ferreira, proprietário de um catamarã, com capacidade para 90 passageiros diz que a situação atual é “insustentável” e que não se consegue “estender uma toalha na praia ou ir a um restaurante” em época alta. Concorda que a poluição marítima causada pelas diversas embarcações diárias é insustentável mas por um lado, considera que 550 é um número inferior ao que é possível realizar.
Na opinião de Sérgio Ferreira e outro operador marítimo, Júlio Laranjeira, a ilha tem capacidade de receber entre 570 a 600 visitantes em simultâneo e que o número imposto fará muitos barcos ficar em terra, prejudicando as empresas financeiramente.