Um dos grandes favoritos à liderança do Partido Conservador britânico, o famoso brexiteer Boris Johnson, foi convocado pelo Tribunal de Magistrados de Westminster para responder perante a Justiça britânica.
Johnson está a ser acusado de conduta indevida no exercício das suas funções públicas, depois de ter garantido que a saída do Reino Unido da União Europeia permitiria a injeção de 350 milhões de libras por semana na economia do país. “O réu mentiu repetidamente e enganou o público britânico sobre o custo de filiação à UE, afirmando expressamente ou inferindo, que o custo de filiação na UE era de 350 milhões de libras por semana”, lê-se no documento judicial. A acusação foi feita por Marcus Ball, um ativista que angariou 200 mil libras, por crowdfunding, para pagar a acusação, segundo a BBC. “O Reino Unido nunca deu, ou providenciou, 350 milhões de libras por semana à Europa – essa afirmação não é ambígua”, é falsa, disse o advogado de Ball.
Johnson terá que comparecer numa audiência preliminar – que ocorrerá provavelmente daqui a três ou quatro semanas -, e caso se decida a favor, o julgamento perante um júri será daqui a seis meses. Durante essa data, o réu poderá estar a ocupar o cargo de primeiro-ministro. A advogada de Johnson disse que isto é uma tentativa “pela primeira vez na história inglesa, de empregar o direito penal para regular o conteúdo e a qualidade do debate político”.