Na nossa empresa, temos trabalhado com o mercado imobiliário desde 2012, projectando e acompanhando obras para muitos clientes que investiram em imóveis pelo nosso país fora – saber lidar com o mercado imobiliário e as obras é um dos nossos pontos fortes e um dos nossos maiores desafios.
Se por um lado se sente uma evolução e profissionalização nos sectores privados, do imobiliário e da construção, por outro não se sente o mesmo nas entidades que analisam projectos e nas que fornecem as tão necessárias infraestruturas para que tudo funcione. O que causa uma entropia, uma velocidade a dois tempos que prejudica a economia e um desgaste enorme em todos, com tempo perdido em burocracias e contactos infrutíferos.
Por trabalhar tão de perto com o sector, tenho assistido em primeira mão a uma mudança de paradigma nos intervenientes envolvidos com o mercado imobiliário que é de louvar. Não obstante existir um estereótipo do que é o “agente imobiliário” – o nosso imaginário começa logo a traçar um retrato-robot do mesmo – a verdade é que temos assistido a uma modificação, uma qualificação gradual das pessoas que trabalham neste ramo e uma profissionalização que é muito visível.
A conjectura económica da última década gerou estes novos profissionais – em plena crise esta era uma “profissão de recurso”, ou seja, no momento da falta de emprego na área profissional de cada um, muitas pessoas (muito pouco dotadas para a área comercial numa profissão que respira vendas) ingressaram nesta profissão com a aliciante de comissões de sonho, criando muitas falsas expectativas em pessoas que não eram, de todo, talhadas para esta área. Com a melhoria do mercado de emprego, muitos voltaram ao seu ramo profissional e apenas os habilitados para este mundo duro do real-estate se mantiveram.
No sector dos projectos e construção, é quase preciso tirar um curso de condutor de rallies para ultrapassar a maioria dos obstáculos que a nossa geringonça coloca à disposição para que seja extremamente penoso avançar com um investimento imobiliário (ou qualquer projecto na realidade) de forma célere ou livre de complicações.
Na etapa de Licenciamentos é preciso ser resiliente, uma vez que tudo parece talhado para que não se consiga finalizar facilmente um processo, mas temos tido a aptidão, unindo criatividade com persistência, para ultrapassar esses obstáculos.
Sobre as entidades que analisam projectos, temos acumulando um rol de histórias que de tão caricatas algumas, nem parecem verdadeiras.
Tenho participado em conversas públicas e informais, sobre a nova geração do sector imobiliário. Sobre a nova postura no sector. Sinto essa mudança todos os dias nas pessoas com que trabalho, e sinto essa não mudança em igual medida nas entidades que apreciam os processos. É preciso mudar. Para isso é preciso que esta massa crítica trabalhe em conjunto e para o mesmo fim, e cabe-nos a nós garantir isso.