Mollie Manley, de 93 anos, natural de Somerset, em Inglaterra, mudou-se para a Austrália há onze anos. Com o objetivo de estar perto da família, conta com o apoio da filha, do genro, das três netas e dos nove bisnetos. Contudo, teve um AVC há pouco tempo e foi-lhe negada a obtenção de um visto de residência permanente por constituir um “fardo” para o sistema de saúde australiano.
A família, que se reuniu para se despedir de Manley, viu-a ultrapassar as sequelas do ataque mas agora depara-se com outro obstáculo: a possível deportação da idosa para o Reino Unido, onde não tem nenhum familiar. Aliás, temem que morra durante o voo.
“Estamos devastados. Adoramo-la e o pensamento de que ela pode estar longe de nós parte-nos o coração” explicou uma das netas, Lauren Oliver, ao Daily Mail. O pedido da idosa, para obter o visto, foi rejeitado porque “não corresponde aos critérios por ter uma saúde frágil”. Os critérios passam por não padecer de nenhuma doença e nenhuma condição que custe mais do equivalente a 24 mil 845 euros ao Estado australiano. No entanto, o cuidado a tempo inteiro de Manley custaria 90 mil 347 euros nos próximos três anos.
O genro de Manley, Robert Rowe, já escreveu ao Home Affairs Office a pedir que a decisão de deportar a senhora seja reconsiderada na medida em que a sua saúde e bem-estar encontram-se em risco elevado. Como resposta, obteve a informação de que são somente tidos em conta os dados individuais de saúde dos cidadãos e nada mais que isso.
Manley tem, à data da redação deste artigo, 28 dias para abandonar a Austrália. Mas a família não parou de lutar e espera que o governo compreenda que a idosa não é “um fardo” mas sim alguém que merece “um fim digno”.