Faye Larkin, de 26 anos, suicidou-se em dezembro do ano passado após partilhar a luta que estava a travar com o transtorno de personalidade borderline há 13 anos. A jovem, natural de Manchester, que era acusada de desejar apenas obter atenção – até mesmo pelo seu psiquiatra – automutilava-se e a sua saúde mental deteriorou-se ao longo dos anos, tal como foi noticiado esta terça-feira por órgãos de comunicação como o Daily Mail e o The Mirror.
Larkin, que também sofria de ansiedade, depressão e transtorno obsessivo-compulsivo, começou a desenvolver distúrbios psicológicos aquando da morte do pai, em 2006. Em outubro passado, a inglesa escreveu sobre as suas vivências para um site do Serviço Nacional de Saúde, explicando que “apesar dos muitos rótulos” que lhe tinham sido dados, sabia que “era mais do que um diagnóstico e uma estatística". No mesmo texto, a rapariga adiantou que somente após ter saltado de uma ponte, numa tentativa de suicídio séria, as suas dificuldades foram verdadeiramente analisadas.
À Bolton Foundation Trust, a mãe de Larkin, Patricia, afirmou que a filha “era uma pessoa muito tímida que não conseguia conversar com as outras pessoas acerca daquilo que sentia”, avançando também que “se começou a cortar aos 13 anos, usava apenas camisolas de manga comprida para esconder os ferimentos e teve uma overdose, na escola, dois anos depois”. Após este último incidente, foi ao médico de clínica geral e iniciou a sua medicação diária que, tinha por base, antidepressivos.
Em maio de 2010, pouco tempo antes do seu 18º aniversário, a britânica teve a segunda overdose e foi sujeita a um tratamento involuntário, num centro de cuidados especializados, em Bradford. Posteriormente, foi transferida para uma residencial em Salford, a Fielder’s Lodge, onde a equipa médica compreendeu que tinha “problemas complexos de personalidade”.
A amante de artes e culinária foi aconselhada, em abril de 2018, a mudar-se para casa do irmão, pelo staff da Fielder’s Lodge. Revoltada com esta decisão, telefonou à progenitora revelando que não se sentia bem a lidar diariamente com alguns membros da equipa da residencial. A enfermeira Katie Horton confirmou que Larkin tentou colocar um termo à vida nos seis meses anteriores à sua morte.
“O mais importante é ver a pessoa e não a doença” este foi o último apelo da autodenominada “expert em saúde mental devido à experiência”.