O Presidente do Brasil Jair Bolsonaro reuniu-se, esta quarta-feira, com o ministro da Justiça Sérgio Moro numa conversa à portas fechada. O resultado desse encontro foi a divulgação de uma nota que informa que o caso do acesso ilegal aos telemóveis de juízes, procuradores e jornalistas está a ser investigado pela Policia Federal.
Em causa está a troca de mensagens que coloca em causa a imparcialidade da operação Lava Jato.
O ministro já manifestou a sua disponibilidade para ser ouvido sobre o caso, o que vai acontecer na próxima quarta-feira, no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Moro defende-se das acusações de influenciar a investigação, sublinhando que não vê nada demais nas conversas entre si e o coordenador da equipa responsável pela operação, Deltan Dallagnol.
Recorde-se que as mensagens em causa foram publicadas no fim de semana pelo site The Intercept Brasil. As conversas ocorreram num aplicativo chamado Telegram.
De acordo com o secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, Bolsonaro foi informado sobre as mensagens no domingo e o assunto foi referido novamente na madrugada de segunda-feira, nas duas ocasiões o Presidente reafirmou a sua confiança no ministro escolhido por si: “Nós confiamos sem qualquer restrição no ministro Moro”.
Bolsonaro apoia de tal forma o seu ministro, que ontem interrompeu uma conferência de imprensa, quando um dos jornalistas lhe colocou uma pergunta sobre o caso. O Presidente deu assim por encerrado o encontro e virou costas.