Armando Vara afirmou esta sexta-feira que a Caixa Geral de Depósitos (CGD), da qual foi administrador durante dois anos, nada teve a ver com a guerra interna no Banco Comercial Português (BCP).
Vara explicou que uma das primeiras decisões da sua administração foi sair da carteira de ações do BCP: “Não víamos vantagem em ter participação daquela dimensão num concorrente”, explicou na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão da Caixa.
Paulo Teixeira Pinto terá dito a Vara que aquela não era a melhor altura para a CGD sair do BCP, pois a sua posição enquanto acionista ajudava-os a protegerem-se contra possíveis ofertas públicas de aquisição (OPA). “Pediu que mantivéssemos pelo menos 1%”, explicou o ex-administrador. Vara diz que quando saiu da Caixa, o banco público tinha menos de 5%, garantindo que a CGD “nunca teve qualquer intervenção nas guerras do BCP”.
Recorde-se que Armando Vara e Carlos Santos Ferreira saíram diretamente da Caixa Geral de Depósitos para a liderança do BCP, em 2008. Vara garante que foi convidado por Santos Ferreira para integrar os altos quadros do banco privado apenas no final de 2007.
O ex-administrador da Caixa afirmou ainda que, se fosse hoje, ninguém teria aprovado operações como a concessão de crédito para compra de ações do BCP: “Se nós tivéssemos imaginado que algum daqueles créditos não iria ser honrado, não tínhamos concedido. O que aconteceu é que houve uma crise na finança internacional a que Portugal não podia ficar imune”.
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