Foi aprovado, esta quarta-feira, o relatório final da Comissão de Inquérito ao furto de Tancos com os votos a favor do PS, Bloco de Esquerda e PCP. Já o PSD e CDS votaram contra.
A versão final do relatório da comissão de inquérito ao furto de Tancos tinha sido apresentada ontem no Parlamento. Segundo o documento, a comissão considerou que "não ficou provado" que tenha existido qualquer interferência política na ação do Exército ou na atividade da Polícia Judiciária Militar (PJM).
Assim, o então ministro da Defesa Azeredo Lopes e o primeiro-ministro, António Costa, não têm qualquer responsabilização direta no caso.
O deputado socialista Ricardo Bexiga, relator do documento fez uma alteração, para a versão final, em que é admitido que Azeredo Lopes "secundarizou" o conhecimento que teve de "alguns elementos" do memorando da PJM sobre a recuperação do material furtado, escreveu a agência Lusa.
O relatório recomenda ainda que "deve ser ponderada a nomeação, como diretor da PJM, de cidadão civil ou militar, com reconhecida formação e experiência na área da investigação criminal", mantendo-se a "nomeação livre do primeiro-ministro e do ministro da Defesa Nacional e por um período de cinco anos só renováveis uma vez".
Ricardo Bexiga fez questão de sublinhar, na apresentação do relatório, que o documento “não é do relator”, mas sim da comissão de inquérito, o parlamentar acrescentou ainda que recebeu 151 propostas de alteração, das quais 52 do PSD, 42 do CDS-PP, 26 do BE e 31 do PCP, tendo aceitado incorporar 98 das 151 propostas.