O condutor do automóvel que esta quarta-feira foi colhido por um comboio, em Barcelos, ultrapassou a barreira da passagem de nível, segundo revelaram ao SOL diversas testemunhas.
Recorde-se que, do acidente, resultaram três mortos: uma menina, aparentando ter entre 10 e 14 anos de idade, bem como os seus avós – o avô de 71 anos, que ia a conduzir, e a avó, de 65 anos. Residentes na freguesia da Areosa, no concelho de Viana do Castelo, seguiam num Ford Fiesta, de cor azul, em direção a Barcelos.
A Linha do Minho esteve cortada durante duas horas, sendo que o comboio que colheu o carro era o Celta, oriundo de Vigo, na Galiza, Espanha, que seguia viagem em direção a Porto – Campanhã.
O Adjunto de Comando dos Bombeiros Voluntários de Barcelos, José Simões, revelou que “no teatro de operações estiveram ao todo 28 operacionais”, entre meios locais, “dos Bombeiros Voluntários de Barcelinhos, e o INEM, incluindo a VMER de Braga e a VMER de Barcelos, mais uma equipa de psicólogos”.
“Quando chegámos as vítimas estavam já sem vida e também foi deslocada para o teatro de operações uma equipa de psicólogos do INEM vinda do Porto”, salientou ainda José Simões.
O comandante do Destacamento Territorial da GNR de Barcelos, capitão Rui Brito, disse ao SOL ter sido recebido o alerta para o acidente cerca das 10h.
“Temos a lamentar três vítimas mortais, entre os quais uma menor”, acrescentou aquele oficial, referindo que a circulação de comboios foi resposta por volta das 12h30, em ambos os sentidos.
Testemunha confirma tudo
Segundo Manuel Duarte, uma das testemunhas oculares, “quando se deu o acidente, ambas as barreiras da passagem de nível estavam fechadas”, na Estrada Nacional 204, num troço situado entre Barcelos e Ponte de Lima.
“O condutor de outro carro começou aos berros quando viu que aquele automóvel que seguia no sentido contrário, se preparava para contornar as cancelas, pelo lado, foi tudo muito rápido”, afirmou Manuel Duarte, que reside nas imediações do Apeadeiro da Linha do Minho da CP, em Carapeços, Barcelos, no distrito de Braga.
“O outro automobilista ainda saiu do carro a berrar para ele parar, mas foi tarde de mais. Quando olhei, vi o comboio a bater no carro”, salientou Manuel Duarte, explicando que não foi lá “mas o condutor que tentou avisar, foi e disse logo que estavam três pessoas no interior do carro” mas não teve coragem de ir lá”, acrescentou.