Cláudia Clemente, de 49 anos, estudou arquitetura no Porto e cinema em Lisboa e em Barcelona. “O Caderno Negro”, o seu primeiro livro, foi lançado em 2003 e seguiram-se outras três obras literárias. No entanto, a artista que se desdobra entre a escrita, a fotografia e a realização enfrentou um novo desafio: num acidente doméstico, após a queda de um varão de cortinado, partiu a cana do nariz.
Num comunicado enviado ao jornal SOL, é possível compreender que Clemente, que concluiu o curso de Escrita de Argumentos para longas-metragens – uma parceria da Gulbenkian com a London Film School – usa agora a arte “enquanto forma de superação e de reconstrução física”. Em “The Broken Nose Project”, através de 14 obras, a realizadora de oito filmes dá a conhecer as duas semanas que se seguiram ao acidente, registando “diariamente a evolução do ferimento” e documentando a sua cura.
Cura que foi potenciada pela criação, diária, “de um novo personagem que iria auto-retratar com os meios” que a artista, vencedora do “Grande Prémio de Teatro 2011” da SPAutores/Teatro Aberto, tinha ao seu alcance e que permitiram que expandisse as fronteiras do seu trabalho “que se dissolvem nos próprios limites físicos” da sua vida.
“Esta série de fotografias permitiram-me incorporar a Arte no meu processo de regeneração física, acentuando o seu papel catalisador no fenómeno de superação da dor” avançou Clemente, que inaugurará a exposição no próximo dia 4 de julho, pelas 19h, na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, em Lisboa.