Angela Merkel declarou este sábado guerra aberta aos neonazis que vão proliferando pela Alemanha. À margem de um evento em Dortmund, a chanceler germânica realçou que estes "devem ser combatidos sem qualquer tabu", poucas semanas depois do assassinato a tiro de Walter Lübcke, membro da CDU (partido de Merkel), autarca de Kassel e partidário da política de acolhimento de refugiados conduzida pelo Governo alemão.
"Trata-se não apenas de um ato terrível, mas de um grande desafio para analisarmos a todos os níveis onde há tendências de extrema-direita", realçou Angela Merkel, garantindo ainda que o Governo federal leva o assunto "muito a sério". No passado fim de semana foi detido um suspeito de 45 anos, ligado ao movimento neonazi, e muitos são os receios no país do ressurgimento de uma vaga de terrorismo perpetrado por movimentos de extrema-direita.
Antes da intervenção da chefe de Estado alemã, já Heiko Maas, ministro dos Negócios Estrangeiros, tinha recorrido à rede social Twitter para assumir que "a Alemanha tem um problema com o terrorismo". "Temos mais de 12000 extremistas de direita violentos no nosso país, e 450 puderam ficar na clandestinidade apesar de mandados de detenção. Temos de nos defender, não ceder um milímetro aos inimigos da liberdade!", escreveu o ministro.