O revólver Lefaucheux com que Van Gogh se terá suicidado foi nesta semana leiloado por um valor três vezes superior àquele em que estava avaliado.
Aquela que ficou conhecida como «a arma mais famosa da História da Arte» – aquela com que Vincent Van Gogh se terá suicidado – foi vendida na passada quarta-feira a um comprador cuja identidade não foi revelada por 162,5 mil euros – um valor muito superior aos 60 mil em que tinha sido avaliada – num leilão que reacendeu o debate em torno da morte do pintor impressionista.
De acordo com a tese difundida por um conjunto de investigadores norte-americanos em 2011, Van Gogh não se terá suicidado; terá antes sido baleado acidentalmente. Mas, segundo a linha de investigação apontada pela leiloeira, esta que é conhecida como a arma – um revólver Lefaucheux de 7 mm de calibre – terá mesmo sido a arma por detrás do suicídio do pintor, aos 37 anos.
A história do revólver é, por si só, curiosa. A arma foi encontrada na década de 1960 por um agricultor nos campos por detrás da igreja de Auvers-sur-Oise, no sul de França, onde o pintor terá disparado sobre si próprio no peito, no dia 27 de julho de 1890. O tiro do revólver – emprestado pelo dono da pousada onde se tinha alojado nos últimos tempos – não o matou de imediato. Van Gogh voltou muito ferido para a pousada, onde acabou por morrer.
Depois de ser encontrado, o revólver foi entregue pelo agricultor aos pais do atual dono. Depois de uma série de perícias, atesta a leiloeira que os resultados foram suficientemente convincentes para que o insuspeito Van Gogh Museum de Amesterdão reconhecesse que se tratava efetivamente do revólver usado pelo pintor.