A corticeira Fernando Couto vai reintegrar a trabalhadora Cristina Tavares, que havia sido despedida duas vezes. Esta quarta-feira, à saída do Tribunal da Feira, Cristina Tavares mostrou-se contente com o acordo alcançado.
“Estou contente. Para mim foi uma vitória, porque o que eu queria era a reintegração no meu posto de trabalho", disse Cristina Tavares, citada pela agência Lusa, acrescentando ainda que está preparada para regressar à empresa já no próximo dia 1 de julho.
"Claro que isto deixou-me marcas psicológicas e a nível familiar, que ainda estou a sofrer por isso, mas estou com força e vou trabalhar como trabalhei sempre naquela empresa", afirmou a trabalhadora, que espera ainda que tudo seja ultrapassado e volte “ao que era antes disto tudo acontecer”.
"Vou dar o meu melhor. Vou trabalhar para lá como trabalhei sempre como uma boa funcionária. Agora também espero da parte de lá que me respeitem, como sempre me respeitaram até haver isto tudo", declarou.
Filipe Soares Pereira, advogado de Cristina Tavares, afirmou, de acordo com a agência Lusa, que o acordo representa uma vitória, mas é também “uma mensagem para todas as pessoas que passaram por estas situações".
"A Cristina nunca quis uma indemnização em substituição da reintegração. A entidade patronal percebeu que a trabalhadora queria trabalhar e que a licitude do despedimento não existia. A Cristina simplesmente denunciou factos que consubstanciam assédio moral e fê-lo às autoridades competentes e não teve vergonha da situação que vivenciou", disse.
O advogado da Corticeira, Nuno Cáceres, citado pela mesma agência noticiosa, referiu que este acordo serve para “dar uma oportunidade às duas partes" e para a empresa "retomar a atividade em paz e sossego".
O acordo prevê ainda, além da reintegração da funcionária, o pagamento de uma indemnização de cerca de 11 mil euros por danos morais e ainda o pagamento dos salários que Cristina Tavares deixou de receber durante o período em que não esteve a trabalhar.
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