Joe Berardo afirma ter sofrido “um verdadeiro julgamento popular” na audição na comissão parlamentar de inquérito.
Numa carta dirigida ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, Berardo começa por exclamar “eu Defendo-me!” e depois de falar um pouco sobre a sua vida pessoal, aborda a audição na comissão parlamentar de inquérito, realizada no dia 10 de maio.
O empresário declara que os cidadãos não devem ser julgados em comissões de inquérito e pede que, futuramente, não seja permitido que "algum outro cidadão da República Portuguesa seja sujeito ao que eu fui nessa tarde de 10 de maio de 2019”.
Na carta divulgada pela RTP, o empresário nega ter roubado "muitos milhões dos portugueses” e afirma que essa afirmação "não pode estar mais longe da verdade”. O dinheiro utilizado para comprar ações do BCP, “foi perdido por ter sido imediatamente usado nas aquisições de acções”.
O empresário utiliza declarações de Manuela Ferreira Leite para dar peso ao seu argumento e declara que a sua credibilidade “ficou afetada pela transmissão televisiva ilícita” e pelo “aproveitamento comunicacional dos seus momentos menos felizes nos últimos dois meses”.
Na carta, Berardo aborda ainda algumas das infraestruturas criadas por si “que possibilitam o usufruto pela população de bens culturais", e menciona a instituição particular de solidariedade social, Fundação Berardo, "através da qual foram atribuídas quase dezasseis mil bolsas de estudo a estudantes madeirenses para frequentarem cursos superiores fora da Região Autónoma da Madeira, além de vários outros apoios sociais e individuais”.