Depois de o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Braga ter aceitado a providência que suspende os despejos dos moradores do Prédio Coutinho e permitir o restabelecimento de água, luz e gás, os nove restantes moradores decidiram sair do edifício para se reencontrarem com amigos e familiares presentes no espaço exterior.
Em declarações aos jornalistas, uma das moradoras, Maria Pontes diz ter "sobrevivido" como pôde. "Isto não se aceita num estado de direito. Não somos ladrões. Até os presos têm direito a água e alimentos. Foi uma barbárie aos direitos humanos e constitucionais. Para mim, foi um sequestro na minha própria casa, uma coisa incompreensível", declarou, citando o Observador.
Apesar de o TAF ter aceitado a providência, a demolição não foi revertida e os moradores ainda esperam uma resposta final do tribunal. "Queremos que os tribunais decidam. Não sabemos o desfecho, mas temos direito a essa espera em tranquilidade e dentro do que é humanamente compreensível, de tudo o que é uma vida normal de um cidadão que está a defender a sua casa. Esperamos que os tribunais decidam e nós acataremos o que decidam os tribunais. Não o que outros queiram decidir por nós”, disse a moradora.
A sociedade VianaPolis já anunciou que vai pedir a "revogação do despacho" da providência cautelar movida pelos moradores no prédio Coutinho.