O novo presidente do Parlamento Europeu foi eleito ontem com 354 votos, num total de 667 votos válidos na segunda ronda. O escolhido foi David-Maria Sassoli, antigo jornalista natural de Florença, atualmente com 63 anos. O socialista italiano, do Partido Democrático de Itália, substitui assim o conservador Antonio Tajani.
Sassoli ultrapassou largamente os outros dois candidatos que passaram à segunda ronda: Jan Zahradil (Aliança Conservadora e Reformista) com 160 votos e Ska Keller (Verdes) com 119 votos. O acordo de partilha de cargos entre o Partido Popular Europeu (PPE), o Partido Socialista Europeu e os liberais do Renovar Europa só permite que o italiano sirva dois anos e meio – metade do mandato -, dando lugar a um membro do partido conservador após esse prazo.
“A União Europeia não é um acidente da História, somos os filhos e os netos daqueles que encontraram o antídoto contra a degeneração nacionalista que envenenou a nossa história”, disse Sassoli no discurso depois de ser eleito, numa alusão à atual composição do Parlamento, que se encontra com um grande número de partidos nacionalistas depois das eleições de 26 de maio.
Ninguém esperava que o italiano assumisse a presidência do Parlamento. Os líderes europeus fizeram circular a ideia de que seria Sergei Stanishev, o búlgaro que ocupa o cargo de presidente dos socialistas, a tomar a liderança da câmara. Mas numa declaração ao Politico, o búlgaro justificou a sua ausência para se dedicar à presidência dos socialistas europeus, afirmando que a sua manutenção no cargo “ajudará a fortalecer ainda mais a família”.
Pedro Silva Pereira, antigo ministro da presidência nos governos de José Sócrates, foi eleito um dos 14 vices do Parlamento.
Silva Pereira lembra o seu currículo como um dos grandes fatores para a sua eleição. De acordo com o próprio, numa carta enviada aos eurodeputados, tem “capacidade política para alcançar compromissos, mobilizar toda a gente e avançar com a agenda europeia”.