Revolta no funeral de moradora do Prédio Coutinho

Os familiares da moradora fizeram um apelo para que nenhum autarca da Câmara Municipal de Viana do Castelo se fizesse representar

Um clima de revolta, além de pesar, caraterizou na manhã desta quarta-feira o funeral de uma moradora do Prédio Coutinho, em Viana do Castelo.

Maria Amália Meira de Castro, de 87 anos, que foi hoje a sepultar no Cemitério de Viana do Castelo, tinha sido internada poucos dias antes da tentativa frustrada de despejo, pela empresa camarária vianense VianaPolis, situação que foi acompanhando, sempre a partir do Hospital de Santa Luzia, já que esteve lúcida até à sua morte, deixando escritos em que criticava a atuação dos autarcas locais em todo o processo, assim como ao início de uma demolição com cerca de una dezena de habitantes, incluindo o seu marido, Agostinho Correia, de 88 anos.

Por essa e outras razões, todas relacionadas com o polémico processo de demolição do Prédio Coutinho, os familiares de Amália de Castro fizeram um apelo para que nenhum autarca da Câmara Municipal de Viana do Castelo, principalmente o seu presidente, José Maria Costa, fosse ao funeral, ou mesmo se fizesse representar, pois “é persona non grata para nós e para muitos outros vianenses”, segundo referiu Raimundo Correia, um dos dois filhos da octogenária, ao SOL.

A tentativa de despejo, à revelia das autoridades judiciais, revoltou os familiares daqueles moradores, bem como o corte arbitrário da água, da luz e da eletricidade, neste último caso pelo menos com desconhecimento da própria titular do serviço, a EDP, ao mesmo tempo que a religação da água, só realizada por determinação do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, tal como do gás e de eletricidade, provocou uma inundação no edifício habitacional, constatando-se que que tinham sido realizados furos ostensivamente em parte comuns do Prédio Coutinho.

 

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