Um jovem e a mãe ficaram feridos ao final da tarde desta quarta-feira, quando andavam com mais três familiares a percorrer um trilho na Serra do Gerês, em Terras de Bouro, no distrito de Braga, sendo que a mulher tinha sido ainda recentemente operada aos pulmões e a família não conhecia a zona nem tinha a noção das dificuldades do percurso.
As autoridades de salvamento e socorro, enquadradas pelo centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Braga, estavam particularmente preocupadas com a falta de água do grupo familiar e com o estado de saúde de uma criança de dez anos, que se encontrava debilitada há várias horas a percorrer um caminho íngreme e acidentado. O facto de a mãe do jovem ferido, Maria Josefina da Silva Costa, de 51 anos, ter sido submetida há pouco tempo a uma intervenção cirúrgica aos pulmões e de ter problemas cardíacos, como quando se emocionou ao ver no Gerês o filho ferido em ambas as pernas, foi também uma das preocupações do grupo de intervenção.
A família, oriunda da freguesia de Rio de Moinho, em Penafiel, no distrito do Porto, percorria um trilho com elevada dificuldade, algures na área da Ermida, da freguesia de Vilar da Veiga, deslocando-se pela Cabana do Cando, que dá acesso à Meda de Rocalva., quando o jovem, de 20 anos, escorregou, ficando ferido em ambas as pernas. O grupo foi socorrido por duas equipas, ambas dos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro, depois de localizados por militares do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana e que empenharam igualmente um helicóptero.
Dado que aquele local é inacessível por meios terrestres, um dos feridos, o jovem, Leandro Ferreira, de 20 anos, solteiro, empregado da indústria hoteleira, teve que ser transportado num helicóptero da Companha 1.1 do GIPS, ido expressamente desde Braga e entregue de imediato a elementos dos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro, que já aguardavam o jovem depois de terem transportado os outros familiares em ambulâncias da corporação, enquanto dois outros jovens, entre as quais a namorada do ferido, desceram pelo percurso.
Operação de socorro delicada
A operação, que teve início quando se aproximava o final do dia, foi acelerada quando a partir de uma chamada telefónica para o 112, as autoridades “conseguiram estabelecer contacto telefónico com um dos elementos do grupo, foi possível obter as coordenadas GPS e perceber a gravidade e complexidade do resgate,” estando as vítimas exaustas, sem água e duas delas com impossibilidade de andar, uma vez que a mulher de 51 anos, tinha recentemente sido sujeita a um intervenção cirúrgica e o jovem, de 20 anos, apresentava ferimentos e hematomas nos joelhos, devido a sofrer duas quedas sucessivas neste trilho.
“Perante as contingências e devido ao conhecimento detalhado que os militares do GIPS detêm do terreno, os mesmos percorreram cerca de oito quilómetros por trilhos, a partir da Cascata do Arado, até localizarem as vítimas”, ao fim da tarde, numa zona de montanha e de vegetação densa, tendo os militares verificado que as vítimas estavam desorientadas, bastante cansadas e desidratadas, tendo sido necessário proceder à sua estabilização, disponibilizando-lhes água, magnésio e mantas térmicas”, para se mitigar aquela situação.
“Devido à impossibilidade de duas das vítimas poderem caminhar pelos próprios meios, foi acionado um helicóptero, que evacuou quatro elementos do grupo e um dos elementos do grupo acompanhou os militares do GIPS”, até uma zona acima da Cascata do Arado, onde se encontrava o INEM e elementos dos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro.