"Se quisermos ter uma pesca da sardinha que continue nos próximos anos, vai haver um período em que é preciso apertar a cintura e isso é muito difícil". A ideia é defendida pelo diretor-geral dos Assuntos Marítimos e Pescas (DG-MARE), João Aguiar Machado.
Numa entrevista à agência Lusa, Aguiar Machado, que deixa o cargo em setembro para chefiar a missão da União Europeia junto da Organização Mundial de Comércio, disse que o stock de sardinha em Portugal e Espanha está “em mau estado”. Esta situação levou a uma redução das quotas de captura para assegurar este recurso. "Em 2008 pescavam-se cerca de 100 mil toneladas e hoje em dia estamos a 12 mil toneladas. Alguma coisa está mal", frisou.
O responsável reconhece que tanto Portugal como Espanha estão a fazer esforços para lidar com o problema da sardinha: "Tenho tratado com os dois governos, ao mais alto nível, e sei das dificuldades das discussões que têm a nível nacional com as federações porque não é fácil explicar" estas limitações aos pescadores, disse à Lusa. "Têm de se fazer esforços porque o objetivo é recuperar o 'stock' para que a pesca continue, mas também consigo perceber que, do ponto de vista económico e social, tem de se equilibrar", acrescentou.
Recorde-se que, para este ano, o limite anual de captura fixou-se nas 10.799 toneladas, a dividir por Portugal e Espanha. Esta quota pode ser alterada de acordo com as conclusões dos cruzeiros científicos. 2018 foi o ano em que se atingiu a quorta mais baixa de sempre: 12.000 toneladas reduzidas ao longo do ano para 9.000.