Pedro Marques despistou-se contra um rail, “tendo escapado por milagre”, segundo disse hoje ao Sol, depois de recomposto do susto, explicando que “foi um autêntico milagre, pois se tivesse batido com mais força e se eu fosse com muita velocidade, não sei se aqui estaria, pois de certeza absoluta que a parte de cima do ralis entrava-me pelo vidro dentro, cortava-me a cabeça, depois já não haveria nada a fazer, já sei que a culpa morria solteira”.
“Não entendo a posição deste rails, que por aquilo que vi não tem sustentação nenhuma, aliás, não estava sequer completo, e mais ainda, caso o rail cedesse, o carro descia por esta encosta abaixo, que tem, mais de dez metros, e de certeza que eu não sairia do carro em muito bom estado, isto para ser algo otimista em relação ao que podia ter acontecido”, acrescentou Pedro Marques, que em estado de choque abandonou a prova, não tendo por isso mais condições psicológicas para sequer assistir ao resto da prova, segundo afirmou.
Preocupado com a situação, Pedro Marques salientou “saber que quando entramos para um carro de corrida, especialmente em alta competição, seja ele qual for, corremos riscos, mas a verdade é que as entidades organizadoras, tem de oferecer aos pilotos os melhores meios de segurança, de forma a prevenir este tipo de situações que posso desde já dizer que de normal não tem nada e há que haver mais profissionalismo com estas atividades”.
“Tive, entretanto, conhecimento que o local do despiste já tinha sido referenciado junto da organização desta prova e da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), pelo perigo que expunha e infelizmente fui eu a ‘cobaia’, por isso entendo que de ano para ano as organizações devem reforçar a segurança, e este ano sei que a Rampa do Caramulo, teve reforço de mais rails, mas creio que foram colocados na zona rápida”.
“Acho muito bem, mas também poderiam ter feito melhoramentos nesta curva, pois sei que este ponto já estava referenciado, mas nada foi feito, e até poderia ter surgido aqui uma tragédia, e eu nem sequer cá estava para poder contar seja o que for, por isso apelo organizador, o Targa Clube do Porto e à FPAK no sentido de estudarem este problema, de forma a reforçar a segurança em termos de rails nessa zona, isto para a edição de 2020”, salientou Pedro Marques, garantindo que “caso contrário, se estiver tudo na mesma, de certeza não corro mais aqui, corro riscos, mas deste tipo é completamente desnecessário”.
“Tenho um prejuízo no carro, espero nestas duas semanas ter o carro pronto para a Rampa de Murça, esperando que esta prova já me corra de feição “, acrescentou Pedro Marques.
“Depois do acidente vim embora, mas já soube por colegas pilotos, que no local onde tive o acidente, puseram lá uma meia dúzia de pneus, com o rails amarrotado por detrás, e agora pergunto, e se outro carro batesse no mesmo local, como seria, outra tragédia em vista, era o que poderia acontecer, há que pensar seriamente neste assunto de segurança”, concluiu Pedro Marques, dos principais pilotos portugueses da modalidade de montanha.