O Governo vai falhar a meta de acabar a legislatura com a atribuição de médico de família a todos os portugueses. Marta Temido, ministra da Saúde, admitiu que esta “tem sido a meta mais difícil de alcançar por várias razões”, sendo uma delas a reforma dos médicos de família.
Neste momento, ainda há cerca de 700 mil portugueses sem médico de medicina geral e familiar. A responsável pela pasta da saúde defende que o problema deverá ficar resolvido depois da conclusão do concurso de colocação de mais médicos – a concluir nos próximos meses. “Estamos ainda com 700 mil portugueses sem médico de família atribuído. É um pouco mais do que no final de 2018”, disse Marta Temido, à margem da inauguração da centésima Unidade de Saúde Familiar, no Bombarral.
“Neste momento, tivemos apenas o movimento de aposentações e estamos ainda a completar o concurso de colocação de 305 especialistas em medicina geral e familiar, que por estes meses de julho e agosto estão a ser colocados, a assinar contratos e vão ter depois a lista de utentes atribuídas”, disse a ministra da Saúde.
António Costa tinha prometido que, até ao final da legislatura, toda as pessoas iriam ter médico de família atribuído: “Se o concurso, que atualmente está em curso, tiver as vagas totalmente preenchidas, ficaremos a muito pouco de atingir os 100%, com 97% até ao final deste ano”. No entanto, Marta Temido assegurou que “97% de cobertura de médico de família até ao final da legislatura está aquém do objetivo e não nos deixa satisfeitos”.