A polícia búlgara deteve esta quarta-feira um suspeito de piratear a agência nacional fiscal da Bulgária, roubando os dados pessoais de praticamente todos os cidadãos adultos do país – cerca de 5 milhões de pessoas. Segundo as autoridades, o suspeito tem cerca de 20 anos e trabalhará numa empresa de cibersegurança. O primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borissov, garantiu que o homem estava só a tentar mostrar os seus dotes informáticos. Mas, ainda no dia anterior, o ministro do Interior, Mladen Marinov, notou que o ataque coincidiu com a compra de aviões F-16 aos EUA – algo de que a Rússia não terá gostado nem um bocadinho. “Os ciberataques, geralmente, têm motivos financeiros, mas neste caso é possível que haja motivos políticos”. Já o Ministério das Finanças salientou que o ataque foi feito antes de a compra ser concretizada.
Entretanto, o primeiro-ministro assegura que o suspeito é um “feiticeiro” que conseguiu entrar facilmente na agência governamental graças ao seu “cérebro único”, enquanto os críticos dizem que a tarefa não terá sido assim tão difícil por desleixo das autoridades.
“A razão para o sucesso do ataque não foi a sofisticação do hacker, mas as más práticas de segurança”, afirmou à Reuters Bozhidar Bozhanov, diretor da empresa de cibersegurança LogSentinel. Há mais de um ano que a principal organização de negócios búlgara, a BIA, avisa sobre possíveis falhas no sistema de proteção de dados da agência fiscal. Agora, a organização exige que a informação detalhada de que dados foram revelados seja enviada a cada pessoa ou empresa afetada. “Precisamos de saber, para que ao menos possamos estar atentos a possíveis perigos", afirmou o vice-diretor da BIA, Stanislav Popdonchev.