As estimativas do consumo de luz vão deixar de existir a partir de dia 1 de janeiro de 2021. Essa foi a data limite estabelecida pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) para que os sistemas inteligentes passem "a uma nova fase com os serviços completos das redes inteligentes".
A partir desse dia, os contadores inteligentes (digitais) já têm de estar vocacionados para comunicar à rede os consumos reais dos consumidores, deixando os comercializadores de poder enviar faturas com base em estimativas – contestadas frequentemente pelos clientes.
A introdução do sistema inteligente será "gradual", segundo se pode ler no Regulamento dos Serviços de Redes Inteligentes de Distribuição de Energia Elétrica, aprovado e publicado esta semana pela ERSE, "havendo uma fase inicial de implementação, transitória, que se estende até 31 de dezembro de 2020". "No imediato, as redes inteligentes não serão uma realidade universal no território, pelo que o cuidado com o serviço prestado aos restantes consumidores continua a ser uma prioridade da ERSE. O acesso aos consumos detalhados do consumidor só se fará com o seu consentimento, no caso das pessoas singulares, de acordo com as regras de proteção de dados pessoais", garante o organismo regulador, prometendo aos operadores da rede de distribuição em baixa tensão "um incentivo [ainda a definir] baseado na partilha de benefícios explícitos para os consumidores, gerados pelos serviços das redes inteligentes".