Mulher vive com o cadáver da mãe durante três anos após embalsamá-lo com sal

Sabe-se que tanto a arguida como a vítima eram “acumuladoras obsessivas” e viviam numa casa rural em Aberaeron que estava “numa desordem”, onde Gaynor foi descoberta debaixo de uma lona

Valerie Jones, de 57 anos, viveu com o cadáver da mãe durante três anos após embalsamá-lo com sal utilizado para controlar os níveis de gelo existentes nas estradas, no inverno. As autoridades do País de Gales, no Reino Unido, forçaram a entrada na residência quando perceberam que Jones tinha desmaiado e a casa estava num estado de "autêntica confusão", como se pode ler no britânico The Mirror, na medida em que sofre do distúrbio de acumulação compulsiva. Contudo, somente uma semana depois – devido à quantidade de lixo existente – a polícia encontrou o corpo de Gaynor, de 83 anos, perto de sacos que continham excrementos e urina.

A verdade é que a alegada criminosa não alertou ninguém acerca da morte da mãe e comprou quatro sacos de sal perto do Natal de 2015 e em janeiro de 2016. Sabe-se que tanto a arguida como a vítima eram “acumuladoras obsessivas” e viviam numa casa rural em Aberaeron que estava “numa desordem”, onde Gaynor foi descoberta debaixo de uma lona. O insólito foi desvendado pelas autoridades locais quando realizaram uma verificação de bem-estar pois Valerie desmaiou por desidratação.

Gaynor mudou-se para esta casa, com a filha, em 2012 após a morte do marido. No entanto, a residência era considerada inabitável por não ter água potável ou eletricidade. A idosa não era vista desde julho de 2015, quando foi a uma consulta médica. Aos vizinhos, Valerie dava duas justificações distintas: que a mãe estava a viver com outros familiares ou que tinha sido institucionalizada.

De acordo com declarações da detetive Carys Sisto, “Valerie acordou no hospital e afirmou que não se recordava da morte da mãe, falando como se esta ainda estivesse viva”. Porém, revelou que sabia que uma das propriedades do sal é a preservação. Posteriormente, explicou que uma estante de livros tinha caído em cima da mãe e essa havia sido a sua causa de morte – todavia, nenhuma estante foi encontrada na casa.

Valerie encontra-se numa instituição psiquiátrica e, segundo o tribunal, “não é do interesse publico que seja acusada de nenhum crime”. As autoridades acreditam que nenhuma causa de morte pode ser apontada até porque o cadáver de Gaynor só foi identificado devido ao seu ADN devido ao elevado estado de decomposição. O coronel Peter Brunton avançou à BBC News que “não há indícios de que Valerie esteja envolvida nesta morte mas pode ser acusada do crime de impedimento de enterro legal de um corpo”, acrescentando que a idosa morreu entre dezembro de 2015 e o final de 2017.