O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses comentou esta sexta-feira a notícia que dava conta da distribuição de golas antifumo fabricadas com material inflamável pela Proteção Civil, no âmbito do programa “Aldeia Segura – Pessoas Seguras". Jaime Marta Soares não gostou do esclarecimento da Autoridade Nacional de Emergência de Proteção Civil (ANEPC) sobre o assunto e pede que se apurem responsabilidades.
“É pior a emenda que o soneto”, foi assim que Marta Soares reagiu ao facto de a Proteção Civil explicar que o material em causa não é de combate a incêndios nem de proteção individual, mas sim de sensibilização.
Em declarações à TVI, o responsável pela Liga dos Bombeiros Portugueses aconselhou a Proteção Civil a não arranjar “desculpas” e a “assumir que errou, mandar recolher e substituir o material”.
Jaime Marta Soares relembra que esta situação poderia ter causado gravíssimos danos e questiona como se pode sensibilizar a população com um material que pode antes constituir uma arma.
“A culpa não pode morrer solteira”, afirmou, pedindo que o Ministério da Administração Interna (MAI) abra um inquérito para apurar responsabilidades.
Apesar de admitir que não acredita que a situação tenha ocorrido por má-fé ou negligência intencional, Marta Soares reforça que não pode voltar a acontecer.
Recorde-se que o Jornal de Notícias avançou esta sexta-feira que a Proteção Civil distribuiu 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros.
A Proteção Civil esclareceu entretanto que os materiais distribuídos no âmbito do programa não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas sim de sensibilização de boas práticas e um "estímulo à implementação local dos programas".
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