O juiz de instrução criminal Carlos Delca decidiu, esta quinta-feira, enviar todos os 44 arguidos no âmbito do processo do Ataque à Academia de Alcochete a julgamento, entre eles o antigo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho.
A decisão instrutória foi conhecida hoje no Tribunal de Instrução Criminal do Barreiro, distrito de Setúbal. Todos os arguidos ficam em prisão domiciliária com vigilância eletrónica, à exceção de Mustafá, líder da claque Juventude Leonina. Bruno de Carvalho continua obrigado a apresentações diárias e com uma caução de 70 mil euros.
Durante o debate instrutório, a procuradora do Ministério Público (MP) Cândida Vilar manteve a posição de que todos os arguidos deviam ser pronunciados. Cândida Vilar admitiu que Bruno de Carvalho, o então presidente ‘leonino’, “sabia o que se ia passar na Academia".
Recorde-se que o ataque à academia do Sporting aconteceu a 15 de maio de 2018. O MP acusa os arguidos que participaram diretamente no ataque da coautoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um crime de introdução em lugar vedado ao público.
Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto, antigo oficial de ligação aos adeptos, estão acusados de autoria moral de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 de ofensa à integridade física qualificada, de 38 de sequestro, de um crime de detenção de arma proibida e de crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. Mustafá está ainda acusado de um crime de tráfico de droga.
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