Aos 23 anos, em 2012, Hannah Bridgewater estava grávida de nove meses. Na cidade de Burntwood, em Inglaterra, a mulher desmaiou e foi hospitalizada. Contudo, os médicos fizeram uma descoberta peculiar: um quisto no ovário direito, aproximadamente do tamanho de um limão, com fragmentos de dentes, cabelo e unhas. Surpreendidos, os profissionais de saúde pensaram, em primeiro lugar, que os restos mortais pertenceriam a uma gémea parasita da filha, Lexie, de que Bridgewater estava grávida mas rapidamente perceberam que o bebé malformado era gémeo da jovem – afinal, o ADN dos fragmentos correspondia ao seu.
Em termos médicos, um gémeo parasita ou fetus in fetu é um caso muito raro: um feto deixa de se desenvolver e aloja-se no abdomén ou na cavidade retroperineal do próprio irmão. Atualmente, acredita-se que existe um caso a cada 500 mil nascimentos. Habitualmente, esta situação é detetada nos primeiros anos de vida, contudo, no caso de Bridgewater, passaram mais de duas décadas até ver o seu tumor benigno removido cirurgicamente. "Ele esteve sempre lá mas nunca ninguém o descobriu" explicou a mulher de 29 anos ao Mirror, clarificando: "a minha mãe devia ter tido uma gémea mas a minha avó teve um aborto espontâneo, as minhas tias são gémeas e também tenho primos gémeos".
Antes da gravidez, Bridgewater já tinha sido submetida a uma intervenção cirúrgica para que lhe fosse removido o ovário esquerdo na medida em que neste havia "um quisto do tamanho de um melão". A falar publicamente pela primeira vez para que o seu testemunho auxilie outras mulheres, a mulher lamenta que a menopausa prematura lhe tenha sido provocada: "Tudo começou com suores. Nem sequer me podia agachar sem que água escorresse pela minha cara. Agora, tenho alterações de humor e, num minuto, estou feliz enquanto no seguinte só quero estar sozinha" confessou ao tablóide britânico anteriormente referido.
"Uma enfermeira entregou-me um panfleto com o título '10 formas fáceis de lidar com a menopausa' e foi assim que percebi aquilo que estava a acontecer" revelou, adiantando que terá os sintomas da ausência do período menstrual até "à idade natural em que termina". O problema? Bridgewater, cuidadora a tempo inteiro do filho AJ, que padece de autismo, pretende ter mais filhos e sente que essa escolha lhe foi retirada: "Não tive opção. Foi muito complicado. E se quisesse ter um filho dali a cinco anos? Não posso" justificou, acrescentando que discute a hipótese da adoção com o marido Anthony, também de 29 anos.