Margarida Rolo, a professora que matou o marido, em 2018, em Abrantes, com 79 facadas e setes golpes de martelo, foi condenada a 19 anos de prisão, avança o Correio da Manhã.
O mesmo jornal adianta ainda que o Tribunal não apurou o motivo pela qual a mulher matou o companheiro. Além de não dar como provadas as alegações do Ministério Público (MP) de que a professora havia engendrado um plano para matar o marido, o Tribunal também não deu como provada a tese da mulher de que agiu em legítima defesa e que era vítima de violência doméstica.
Recorde-se que, de acordo com a acusação do Ministério Público, no dia 16 de agosto de 2018, a suspeita conseguiu que o marido ingerisse, à hora de jantar, alguns medicamentos que lhe viriam a provocar sonolência. A mulher, que começou por combinar um café com uma amiga, saiu depois de casa e levou os filhos para o encontro. Já no carro, Margarida Rolo deu a desculpa de que precisava regressar a casa para ir à casa de banho. Enquanto o marido, José Duarte, dormia num sofá no alpendre do jardim, a mulher começou a desferir golpes na cabeça do mesmo com um martelo. Em causa estaria o facto de a professora estar descontente com o facto de o marido se querer divorciar.
Em Tribunal, Margarida Rolo não conseguiu explicar por que razão José Duarte tinha vestígios de alprazolam (ansiolítico) e mirtazapina (antidepressivo) no sangue.
Questionada acerca do facto de ter dito aos vizinhos e, posteriormente, à PSP, que tinham sido assaltados, a arguida reconheceu que mentiu para que não pensassem que tinha sido ela.
A 15 de julho, nas alegações finais, o procurador do Ministério Público pediu uma pena superior a 18 anos, sublinhando que a arguida "matou um ser humano de forma sádica, cruel e particularmente dolorosa". Considerando ainda que não ficou provado que esta tenha sido vítima de maus tratos, físicos ou psicológicos.
Margarida e José estiveram casados 14 anos. Os filhos, ambos menores, continuam a viver na mesma casa e estão ao cuidado dos avós.