Bianca Andreescu é uma lufada de ar fresco

Nenhuma canadiana ganhava o Open do Canadá desde 1969 e instalou-se o ‘Bianca Effect’

Será Bianca Andreescu the real deal como os norte-americanos gostam de colocar as coisas?

Andreescu está a maravilhar o Mundo do ténis em 2019, quer pelo seu jogo completo aos 19 anos, quer pela sua personalidade extrovertida.

O apelido não engana, os pais são romenos, mas nasceu no Canadá e à exceção de quase três anos em que a família voltou à terra natal, foi quase sempre no Canadá que viveu.

A passagem pela Roménia foi, contudo, determinante porque foi aí que aprendeu a jogar ténis aos sete anos e quem sabe se a cultura tenística romena, ancorada no talento desmesurado de Ilie Nastase, não terá criado a semente do estilo variado que ela hoje em dia exibe?

 

É certo que o seu desenvolvimento fez-se sobretudo quando a Federação Canadiana de Ténis decidiu incluí-la no centro nacional de treino com apenas 11 anos.

Pouco tempo depois estava a ganhar um torneio francês que é considerado um campeonato do Mundo de sub-14, repetindo o feito no oficioso Mundial de sub-16 (Orange Bowl) nos Estados Unidos, para ser n.º3 mundial de sub-18.

No entanto, Andreescu não joga só em potência como, por exemplo, os seus compatriotas Génie Bouchard e Milos Raonic, antigos finalistas de Wimbledon.

 

'Bibi' tem potência, sim, e o jornal L’Équipe contou esta semana que, quando adolescente, batia tão forte como os rapazes da sua idade, mas possui também muita subtileza, é uma especialista em amorties, slices e até sabe volear. Faz tanta coisa no court que às vezes até se confunde.

Mas se a campeoníssima Martina Navratilova considera-a uma Martina Hingis com potência… é preciso olharmos para ela.

Estava fora do top-200 do ranking em outubro e esta semana ascendeu ao 14.º lugar depois da vitória em Toronto.

 

Nenhuma canadiana ganhava o Open do Canadá desde 1969 e instalou-se o ‘Bianca Effect’, ao qual nem escapou Serena Williams, que viu-se forçada a desistir por lesão quando perdia a final por 3-1.

Bianca ganhou os dois últimos torneios em que não desistiu por lesão: Indian Wells em março e Toronto em agosto. Nunca perdeu com uma top-10 mundial e este ano já derrotou sete!

O corpo é o seu calcanhar de Aquiles e já teve algumas lesões graves, ela que até trabalha duramente o físico e aguenta maratonas se for mesmo necessário.

 

Mas é a alegria que exala dentro e fora do court que trouxe uma lufada de ar fresco ao sisudo circuito feminino.

A ex-númeo um mundial Angie Kerber foi uma das suas vítimas e, despeitada, acusou-a de ser uma «rainha do drama». Mas as estrelas da WTA que se «ponham a pau», porque por detrás daquele sorriso está uma feroz competidora, quiçá uma campeã.