Alemão impedido de atravessar costa sul da ilha Terceira a nado devido a picada de caravela

Christoph Kneppeck pretendia alertar para o estigma da depressão

Um nadador alemão tentava atravessar, neste sábado, parte da costa sul da ilha Terceira, nos Açores, numa travessia contra a corrente, para alertar para o estigma da depressão. No entanto, o alemão acabou por ter que desistir após ter sido picado por uma caravela-portuguesa.

Christoph Kneppeck, nadador alemão, conta como o estado do mar o impossibilitou de ver a presença de caravelas: “O mar estava muito alterado. Tinha ondulação de dois a três metros, vindo de sudoeste, mas mesmo assim andámos num bom ritmo e esta travessia estava a correr como estava previsto. Por causa do estado do mar não foi possível avistar as caravelas do barco de apoio e, por azar, eu toquei com uma das mãos nos tentáculos de uma caravela, que depois se enrolou na outra mão e no meu pescoço.”

O nadador germânico ainda nadou cerca de três quilómetros após o contacto, durante uma hora, mas as dores causadas pela caravela-portuguesa impediram-no de continuar e obrigaram à sua desistência. Foi imediatamente levado às urgências do Hospital da ilha Terceira para ser assistido.

Esta já não é a primeira vez que Christoph faz um desafio do género. O alemão já nadou entre as ilhas do Pico e do Faial e entre as ilhas das Flores e do Corvo. Agora estavam planeados 16 quilómetros a nado, contra a corrente.

As caravelas não têm sido uma grande ajuda neste movimento de alerta de Christoph para o estigma da depressão. No dia 15 de Julho, quando nadou entre a ilha do Corvo e a ilha das Flores, foi obrigado a fazer um desvio de sete quilómetros no percurso planeado devido à presença destas.

Tudo começou quando Christoph, a viver na ilha Terceira desde 2005, percebeu que a natação “é o meio mais eficaz de aliviar” a depressão com a qual sofre há algum tempo. Segundo este, a doença é ainda alvo de muito estigma e é necessário combater isso mesmo.

Os tentáculos das caravelas-portuguesas estão cheios de células urticantes e em contacto com a pele podem provocar queimaduras até ao terceiro grau. A sua aparência é muito semelhante ao de uma alforreca.