Na passada segunda-feira, o céu em São Paulo escureceu de repente e por volta das 15h da tarde parecia que o dia tinha virado noite. Muitas dos habitantes e turistas começaram a fotografar o cenário e a apelidar a situação de "fim do mundo".
Segundo os meteorologistas, a nuvem cinzenta que cobre a cidade brasileira deve-se ao surgimento de uma frente fria e de uma nuvem de fumo, oriunda das queimadas da Amazónia, localizada a 2,700 quilómetros de distância. A população confessa que o ar na cidade é irrespirável e que há cinzas a caírem do céu.
"O material particulado, oriundo da fumaça produzida por esses incêndios silvestres de grande porte que estão a acontecer na Bolívia, conjugado com o ar frio e húmido que está no litoral de São Paulo, causou a escuridão", diz Franco Vilela, meteorologista do Inmet ao G1.
Nas redes sociais, as queimadas na Amazónia e a situação em São Paulo são um dos assuntos mais falados do momento. Há mais de três semanas que a floresta da Amazónia – que representa 20% do oxigénio no mundo – está a arder e vários utilizadores têm vindo a partilhar fotografias da situação com o intuito de sensibilizar a comunidade internacional para uma mudança de atitude. Muitos apelam ainda atenção por parte das grandes corporações e celebridades para um investimento monetário para ajudar a parar com os incêndios.
Jair Bolsonaro já veio a público falar sobre o assunto e garante que a situação se deve apenas a esta ser “a época das queimadas”. Depois de ter sido acusado de ser um dos grandes culpados da situação ambiental vivida no Brasil, o presidente Brasileiro decidiu gozar com a situação e diz ter passado de “capitão motosserra” a Nero, o imperador responsável pelo incêndio que devastou a cidade de Roma.
O estado do Amazonas já decretou situação de emergência no Sul e na capital Manaus devido o "impacto negativo da desflorestação ilegal e queimadas não autorizadas", escreve a imprensa brasileira.
Cerca de 72 mil focos de incêndio foram detetados este ano na Amazónia, um número duas vezes superior ao do período homólogo e o número mais elevado dos últimos sete anos.