O chefe da polícia do Irlanda do Norte afirmou à BBC, esta quinta-feira, que o país não tem agentes suficientes para assegurar o controlo de uma eventual fronteira com a República da Irlanda, caso se concretize um Brexit sem acordo.
"Temos menos de sete mil agentes nos dias de hoje, simplesmente não temos pessoas suficientes, mesmo tendo em conta o recente aumento orçamental, para lidar com alguns dos desafios do Brexit, para realmente policiar o que vem disso", reiterou Simon Byrne.
Byrne também teme que a "especulação em torno de diferentes formas do Brexit e a incerteza política na Irlanda do Norte" abra "terreno fértil para o ódio dissidente " em relação à sua "equipa". Note que a Irlanda do Norte não tem um Excecutivo desde início de 2017.
Byrne acrescentou que o atual momento de vazio político na Irlanda do Norte pode levar pessoas a aderirem a grupos extremistas republicanos, reavivando células paramilitares e eventuais ataques terroristas. O chefe da polícia mostrou-se certo que um "adormecido" grupo dissidente republicano, o Continuity IRA, voltou à atividade e estão "decididos a assassinar" um dos seus agentes.
No passado mês de junho, um grupo chamado "Novo IRA" reivindicou a responsabilidade por uma bomba colocada na viatura de um policial. Poucos meses antes, uma famosa jornalista da Irlanda do Norte, Lyra Mckee, foi morta enquanto observava os confrontos entre o "Novo IRA" e a polícia.