Mãe sujeita menino totalmente saudável a 300 visitas ao hospital e 13 cirurgias

“Quando íamos a tribunal, questionava-me: ‘Quando é que ele vai morrer?’. Mas expliquei aos procuradores que via o Christopher a correr, a brincar, a andar de bicicleta e a comer asas de frango frito” contou o progenitor à D Magazine.

Christopher Bowen tem 10 anos e é descrito como um rapaz saudável e atlético. No entanto, entre os 11 dias de idade e os oito anos, já contava com 13 grandes cirurgias e 300 visitas a hospitais e a centros pediátricos de Dallas, no estado norte-americano do Texas. De acordo com o jornal Fort Worth Star-Telegram, o menino nunca esteve doente e a mãe, Kaylene Bowen, foi acusada de abuso médico de menores sendo que sofre de Síndrome de Münchhausen, isto é, a mulher de 35 anos fingia que a criança padecia de problemas de saúde para obter atenção e, consequentemente, sujeitar o filho a diagnósticos e tratamentos desnecessários. 

"Estou feliz por saber que ela fez aquilo que é correto. As mentiras tinham de acabar" explicou o pai da criança, Ryan Crawford, ao órgão de informação anteriormente referido, na sexta-feira passada. "Espero que agora, aqueles que achavam que uma mãe nunca faria isto a um filho, percebam que o mal existe" avançou. Sublinhe-se que o menor passou por procedimentos invasivos como ser alimentado através de um tubo que estava ligado ao seu intestino delgado e poderia provocar infeções fatais. Para além disso, Christopher usou máscaras de oxigénio e cadeiras de rodas porque padecia de patologias como doenças genéticas raras, cancro ou distrofia muscular e chegou a estar internado num hospital psiquiátrico. 

Crawford recordou que namorou durante um período curto com Bowen e que esta engravidou de imediato, sendo que nunca viveram juntos ou casaram. Durante a gravidez, a mulher alegava constantemente que algo não estava bem com o bebé: "Estava sempre a dizer que ele estava doente. E, quando nasceu, tudo piorou. Todas as semanas, todos os meses, dizia que alguma coisa estava errada. Que ele tinha isto, que ele tinha aquilo" confessou o homem ao Fort Worth Star-Telegram. Crawford encontrava-se a meio de uma batalha legal para obter a custódia do filho, em 2015, quando leu sobre o transtorno factício imposto a outro – uma variante da síndrome de Münchhausen na qual os cuidadores de uma criança provocam de forma deliberada a existência de doenças na mesma ou informam falsamente os médicos acerca do estado de saúde dos menores.

"Quando íamos a tribunal, questionava-me: 'Quando é que ele vai morrer?'. Mas expliquei aos procuradores que via o Christopher a correr, a brincar, a andar de bicicleta e a comer asas de frango frito. Como é que podia ser essa a comida preferida dele se era alimentado através de um tubo? Esta foi uma das grandes provas" contou o progenitor à D Magazine (revista mensal da cidade de Dallas), acrescentando que o staff do hospital onde o menino era seguido avançaram com as suas suspeitas aos serviços de proteção de menores, em 2017, e um investigador viu Christopher a saltar degraus de escadas e a brincar alegremente. A partir desse momento, Crawford ficou com a custódia total do rapaz.

Na quinta-feira passada, a criminosa assumiu que mentiu acerca do estado de saúde de Christopher desde o seu nascimento e, deste modo, poderá enfrentar uma pena de prisão de até 20 anos: irá a julgamento no próximo dia 11 de outubro.