A Ordem dos Médicos enviou um perecer negativo, e não vinculativo, ao curso de Medicina da Universidade Católica Portuguesa à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.
Na sua visão, existem vários problemas que impedem a instituição de abrir o curso como, as poucas horas de contacto entre alunos e doentes – a UCP propõe apenas 24 créditos de contactos entre alunos e doentes, um número muito pequeno comparativamente a outras universidades de medicina do país, onde os créditos chegam a superior os 50 – e ainda algumas debilidades no corpo docente, como um número insuficiente de professores.
Também os protocolos com os hospitais não apresentam um bom número, segundo a Ordem. A proposta da Católica coloca os estudantes no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, uma parceria público-privada, no Hospital da Luz e num outro hospital deste grupo privado em Setúbal. Ao todo, os protocolos com estas instituições englobam 760 camas, o que Miguel Guimarães considera insuficiente.
O parecer não é vinculativo mas tem peso na decisão final que será tomada em setembro pela Agência de Avaliação do Ensino Superior.
António Almeida, futuro diretor da Faculdade de Medicina, declara que o curso tem tudo para ser aprovado. “Temos o decreto lei, sabemos que pontos temos de preencher, e preenchemos, sabemos que a comissão de avaliação apontou algumas fragilidades, todas superáveis. Tenho pena que a Ordem dos Médicos tenha vindo para as notícias dizer isto, sem nos comunicar a nós. Não sabemos em concreto quais são as fragilidades que a Ordem dos Médicos aponta”, disse em entrevista ao Observador.