A vespa asiática já chegou a Lisboa e levou ao encerramento dos jardins da Quinta das Conchas e dos Lilases. Um ninho de vespas asiáticas foi destruído e, depois de fiscalizadas todas as árvores, os dois jardins foram este domingo reabertos ao público e não há agora qualquer perigo em relação às vespas. De acordo com informações da Câmara Municipal de Lisboa, o ninho foi removido e eliminado ao final do dia de quinta-feira, tendo sido colocado um produto tóxico para eliminar a vespa asiática.
Desde 2011 – ano em que a vespa velutina chegou a Portugal – que este animal tem vindo a conquistar terreno, de norte a sul do país e que são muitas as notícias dos problemas que representa, sobretudo para a vida das abelhas. Mas, para as pessoas, a vespa asiática não faz jus à fama que tem, a não ser que sejam ameaçadas – esta é a explicação que Alcides Martins, da Sociedade dos Apicultores de Portugal (SAP), deu ao i.
A não ser que as vespas sejam provocadas, elas não se tornam agressivas sem motivo e não são mais agressivas do que as vespas europeias. Esta é, aliás, também a explicação dada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF): “embora não sendo individualmente mais agressiva para o ser humano do que a vespa europeia, reage de forma bastante agressiva às ameaças ao seu ninho”.
“O único perigo que há é quando mexemos no ninho e, por exemplo, se apertarmos o ninho, ela torna-se agressiva. Para a vivência normal, não há qualquer tipo de perigo”, diz Alcides Martins. A partir da experiência de apicultor, Alcides Martins explica também que a presença da vespa asiática nas grandes cidades pode representar um perigo, porque, à partida, a probabilidade de alguém mexer, é maior. “Instalam-se em sótãos, varandas e, nesses casos, as pessoas vão mexer e as vespas podem tornar-se agressivas”, adianta o membro da Sociedade dos Apicultores de Portugal.
A vespa velutina é uma espécie, não só predadora das abelhas, mas também para todos os outros insetos. É uma ameaça à polinização e, por isso, tem de ser eliminada. “A destruição do ninho deve-se à não propagação da espécie, porque a vespa é uma espécie invasora e o objetivo é que ela não se propague”.
Quanto aos métodos utilizados nos dois jardins em Lisboa, Alcides Martins explica que esse é o procedimento normal que está a ser adotado a nível nacional. O objetivo é sempre evitar que a vespa asiática que propague. No entanto, nos últimos tempos, esta espécie tem-se espalhado de forma muito rápida: “As últimas informações que tínhamos é que elas estavam na zona de Abrantes e de Caldas da Rainha e, de repente, apareceram em Lisboa”, disse o apicultor, acrescentando que houve alguma estranheza por parte dos apicultores, “mas a verdade é que elas se deslocam muito rápido”.