Vem aí a próxima crise financeira?

Agência Bloomberg explica o que está em causa

A economia alemã está a deixar a União Europeia em stress. Nos EUA, os economistas dizem que existe uma grande probabilidade de o país entrar em recessão já no próximo ano. Até a Austrália, conhecida por ter uma economia sólida, começa a dar sinais de preocupação. A Grande Recessão já foi em 2007-2008. Será que estamos prestes a passar por um período semelhante?

A agência de notícias Bloomberg consultou vários especialistas e fez um artigo que explica o que poderá estar em causa.

É possível evitar uma recessão?

É pouco provável. A seguir às expansões vêm as recessões e vice-versa. Resta saber é quando é que este período chegará e quanto tempo irá durar.

Se os EUA entrarem em recessão, o resto do mundo também entra?

Os EUA já passaram por 11 recessões, mas o FMI reporta apenas quatro mundiais desde 1960. Por isso não, uma coisa não implica a outra.

O que está na origem de uma recessão?

O período conhecido como a grande moderação – foram 25 anos de relativa estabilidade, entre meados dos anos 80 e o início do século XXI – fez com que os economistas começassem a defender que as recessões não acontecem sem "um choque inesperado para a economia com consequências duradouras, como um forte aumento nos preços do petróleo" ou sem "desequilíbrios acumulados que deixam de poder ser ignorados", explica um estudo de Christina Romer, que fez parte do órgão de conselheiros do presidente Barack Obama.

E o que são estes desequilíbrios?

São exemplos disso a chamada bolha da Internet – que ocorreu nos anos 90 e que tinha por base a especulação em torno das ações de novas empresas de tecnologia – ou a concessão de crédito de risco sem garantias.

 Qual a diferença entre uma recessão moderada ou severa?

A duração (a de 2007 durou 18 meses) e a existência de um colapso financeiro (como aconteceu nos EUA em 2007). “Outro indicador da severidade de uma recessão é avaliar qual a abrangência da contração. A relativamente curta e moderada recessão de 2001, por exemplo, foi praticamente confinada ao setor tecnológico, com um impacto residual no resto da economia”, explica a Bloomberg.

 A próxima será moderada ou severa?

Ninguém sabe, mas a verdade é que o Fórum Económico Mundial refere que o "fardo de dívida mundial” – cerca de 225% do PIB – é "significativamente mais elevado do que antes da crise financeira mundial".

E o que pode ser feito para atenuar a próxima crise?

A Bloomberg refere que, nos quatro cantos do mundo, os países estão a analisar as opções disponíveis no que diz respeito à implementação de estímulos monetários e orçamentais.