A maioria dos portugueses veria com bons olhos a regionalização. Pelo menos é essa a conclusão que se retira da sondagem realizada pela Pitagórica para o Jornal de Notícias, com base em 1500 inquéritos (300 por região): 51 por cento dos portugueses ouvidos votaria a favor, caso houvesse hoje um referendo, contra 39 por cento que recusariam esta reforma administrativa e política.
Só a Região de Lisboa é exceção: o “não” ganharia com 48% contra 40%. As regiões com mais apoiantes da causa regionalista são o Algarve (55% contra 35%) e o Norte (54% contra 37%), números que encontram sequência noutra das perguntas do inquérito: "até que ponto as decisões e os poderes estão concentrados na capital"?
Cerca de dois terços dos portugueses (65%) responderam que está "praticamente tudo" ou "demasiado", com os habitantes da região Norte a chegar aos 73 por cento e os do Algarve aos 71. Curiosamente, entre os habitantes da região de Lisboa a apreciação é muito diferente: apenas metade (49%) partilha dessa visão. Os cidadãos do Norte e do Algarve são também os que mais apoiam a criação de governos regionais e que vêem na regionalização uma forma de resolver mais rapidamente os problemas da região.
Consensual é a rejeição da afirmação segundo a qual criar regiões "só trará custos para o país" e "nada de bom" para a população. A maioria das regiões do país (56 por cento) concorda ainda que este tema teria sempre de passar por um referendo.