Morreu menino que ficou paralisado após comer hambúrguer contaminado com E. coli

“Ele não parou de sofrer por um momento”, disse a advogada da família. 

Nolan Moittie, uma das 15 crianças que adoeceu depois de ter comido um hambúrguer de carne de vaca, contaminado pela bactéria E. Coli, comprado no supermercado Lidl, em Hauts-de France, no norte de França, morreu este sábado.

A criança de 10 anos foi a mais afetada de todas as que tinham consumido o produto contaminado. Ficou com graves sequelas neurológicas e com paralisia motora, sem conseguir falar e com diabetes. Sublinhe-se que a criança tinha menos de dois anos quando foi afetada pela bactéria contida do hambúrguer.

Segundo a advogada da família, Florence Rault, a morte do menor deveu-se aos “efeitos da intoxicação” do produto consumido em 2011. “Foi uma longa provação porque ele não parou de sofrer por um momento: os seus membros deformaram-se, os ossos estavam fracos, passou por inúmeras cirurgias, já não conseguia comer, engolir, falar ou mover-se, porque deixou de ter coordenação", confessou. 

O rapaz sofreu uma paragem cardíaca e foi internado nos cuidados intensivos, no passado fim de semana, onde acabou por morrer, segundo o jornal le Parisien.

Nolan foi o único, entre as 15 crianças, a morrer. Os outros menores que consumiram o mesmo produto desenvolveram síndrome hemolítica-urémica (SHU), que é caracterizada por insuficiência renal progressiva.

Os hambúrgueres contaminados eram fabricados pela empresa SEB, com a qual o Lidl quebrou o contrato imediatamente depois da situação de intoxicação das crianças.

Um dos antigos gerentes da empresa, Guy Lamorlette, foi condenado, em fevereiro, a três anos de prisão e ao pagamento de uma multa de 50 mil euros, no entanto o seu advogado admitiu a possibilidade de recorrer da sentença, algo que depois da morte de Nolan, a advogada da família espera que não venha a acontecer.

Florence Rault disse que "os pais de Nolan esperam que um dia venham a merecer decência e compaixão" e que  o homem assuma, finalmente, as suas responsabilidades".

A advogada sublinha ainda que os pais do menor estão a precisar de apoio monetário, depois de todo o investimento na saúde e bem-estar do filho, ao longo dos anos. Segundo a mesma, estes estão "desesperados e em miséria extrema" e não têm dinheiro para pagar as despesas do funeral. 

Através do Twitter, o Lidl francês mostrou que apoia a familia da criança e espera que os pais de Nolan aceitem e recebam esse apoio.