Elisa Ferreira vai vender as ações que detém no grupo Sonae. A garantia foi dada pela comissária indicada pelo Governo, depois de o Parlamento Europeu ter levantado dúvidas sobre a sua declaração de interesses. “Perante questões levantadas sobre a detenção de ações da Sonae SGPS, a comissária indigitada decidiu hoje dar ordem de venda, o que deverá ser concretizado durante o dia”, lê-se no comunicado enviado à Lusa.
As interrogações foram levantadas pelos Verdes, na Comissão de Assuntos Jurídicos, argumentando que a Sonae beneficiou de fundos comunitários no passado e que está registada como uma empresa que faz lóbi em Bruxelas, de acordo com fontes parlamentares do Expresso.
O semanário avança também que os eurodeputados decidiram não avançar com a recomendação de venda e que a eurodeputada Marie Toussaint adiantou que, com a venda das ações, não verá qualquer problema com a validação de Elisa Ferreira como comissária europeia.
No entanto, Elisa Ferreira antecipou-se e deu ordem de venda para pôr um ponto final na questão. “A comissária indigitada está totalmente consciente das regras estritas sobre conflitos de interesses existentes para os membros do Colégio de Comissários e do Regulamento Financeiro da União Europeia, as quais encara com a maior seriedade”, lê-se no comunicado enviado à Lusa.
O cargo do seu marido, Fernando Freire de Sousa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, uma entidade que faz a gestão de programas financiados pela Comissão Europeia, também causou algum ruído. Mas a maioria dos eurodeputados da Comissão de Assuntos Jurídicos entenderam não haver conflito de interesses – segundo o Expresso, na defesa de Elisa Ferreira estiveram os Liberais, argumentando que Freire de Sousa é “funcionário público”, dado que a negociação dos fundos é feita pelo Executivo português.