A Cofina SGPS anunciou este sábado que chegou a acordo com a espanhola Prisa – Promotora de Informaciones – para a comprar da Vertix SGPS, que detém 94,69% dos direitos de voto da Media Capita, através de um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O grupo a que pertence o Correio da Manhã diz que a compra da TVI se enquadra "na visão que a empresa tem para os media e afigura-se como aquela que melhor é capaz de garantir o seu crescimento e a sua sustentabilidade", declaram num comunicado enviado ao SOL.
A Cofina anunciou ainda o lançamento da oferta pública de aquisição (OPA) da Cofina sobre as ações da Media Capital, como já tinha sido antecipado pela empresa, no mes passado, "tendo, em conta a reduzida liquidez das ações do grupo".
"O objeto da oferta é constituído pela totalidade das 84.513.180 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 1,06 euros, representativas do capital social e dos direitos de voto da sociedade visada", refere a Cofina.
"No entanto, considerando que a Vertix declarou a sua intenção de não aceitar a oferta, as 80.027.607 ações por si detidas foram na presente data, em conformidade com o contrato de compra e venda, objeto de uma instrução irrevogável de bloqueio (…), pelo que a oferta, ainda que geral, apenas poderá ser aceite pelos titulares das restantes 4.485.573, representativas de 5,31% do capital social", prossegue.
De acordo com o anúncio preliminar, publicado este sábado na CMVM, a Cofina pretende pagar 2,3336 euros por cada ação da dona da TVI que não é controlada pela Prisa e 2,1322 euros pelas mais de 80 milhões de ações do grupo espanhol. A oferta total é de 180 milhões de euros e ao incluir a dívida da empresa, a operação de compra da Media Capital envolve cerca de 255 milhões de euros.
"Caso a aquisição da referida participação venha a ser positivamente apreciada pelos reguladores, o seu financiamento está assegurado através de crédito bancário já aprovado e da realização de um aumento de capital", explica a Cofina num comunicado enviado às redações. "Excluindo a percentagem do capital em free-float, o aumento de capital está garantido em mais de 50% pelos atuais acionistas de referência, sendo, no entanto, possível que entrem novos investidores com posições qualificadas", adianta a mesma fonte. Como o SOL já tinha avançado, o empresário Mário Ferreira e a Abanca deverão ser os novos parceiros da Cofina neste processo.
Na mesma nota o grupo garante querer "manter as linhas editoriais dos diferentes meios de comunicação social que detém e que passará a deter, bem como todos os profissionais que estejam dispostos a colaborar neste novo projeto".
"Esta aquisição garante a existência de um grupo de media independente e capaz de reforçar o papel que os media têm enquanto pilar essencial à vida de uma sociedade democrática", salienta a Cofina, que refere que, "no que diz respeito à atividade de produção, o caminho passará por intensificar a criação de conteúdos de perfil exportador, tendo em vista a transposição para a legislação nacional da designada 'diretiva Netflix'".
"O novo grupo Cofina constituir-se-á como uma plataforma mais competitiva capaz de assegurar aos portugueses uma oferta diversificada de conteúdos de informação e de entretenimento, através da imprensa, televisão e rádio, seja 'offline' ou 'online'", destacam.