Miguel Bandeira, o “supervereador” da Câmara de Braga, também já é arguido no caso da permuta de terrenos camarários com a empresa Rodrigues & Névoa – agora Onirodrigues – para a requalificação do Parque Desportivo da Rodovia, segundo apurou o jornal i.
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, bem como dois dos seus vereadores – Firmino Marques e Miguel Bandeira – são os três políticos suspeitos para o MP. Além disso, existem mais dez arguidos, entre os quais técnicos superiores municipais, que terão suportado estudos e avaliações para este negócio, e profissionais ligados à área da engenharia civil.
Miguel Bandeira, que foi eleito duas vezes consecutivas como independente na coligação Juntos por Braga (PSD/CDS-PP/PPM), detém os pelouros mais sensíveis de construção e de imobiliário: Regeneração Urbana, Património, Urbanismo, Planeamento, Ordenamento e Mobilidade, mais relação com universidades. O social-democrata foi ainda professor, na Universidade do Minho, de Urbanismo e de Ordenamento, de Arquitetura, História e Estudos Culturais, sendo, por isso, chamado de “supervereador”.
Curiosamente, Firmino Marques e Miguel Bandeira residem na urbanização de moradias geminadas, que faz traseiras com a margem esquerda do Rio Este, onde se situa o Parque Desportivo da Rodovia, sendo que Miguel Bandeira foi durante muitos anos o presidente da ASPA (Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural), um baluarte de contestação e de alertas durante o reinado do “dinossauro” socialista Mesquita Machado, face à necessidade de acautelar todo o edificado bimilenar da cidade de Braga.