Damásio Caeiro sagrou-se vice-campeão mundial de doentes com Parkinson, no sábado passado. Depois de dezenas de tentativas para tentar criar uma raquete ideal para jogar ténis de mesa, o homem de 57 anos acabou por conseguir criar o objeto perfeito, que permitiu "que mão e raqueta se fundissem".
Damásio diz que desde o surgimento da doença que começou a ter muitas dificuldades em praticar ténis de mesa, devido às dificuldades que tinha em pegar na raquete, o que o fez tentar criar uma nova. "Fiz mais de 50 tentativas, mas finalmente consegui que mão e raqueta se fundissem", contou Damásio Caeiro à agência Lusa.
A raquete adaptada é feita em madeira de mogno que, em vez de um cabo convencional, tem uma placa com orifícios para os dedos. Foi com esta raquete que se sagrou vice-campeão mundial, nos Estados Unidos.
O homem de 57 anos foi derrotado por Holger Teppe, no primeiro campeonato para doentes com Parkinson da Fundação da Federação Internacional de Ténis de Mesa (ITTF). Damásio Caeiro, descreveu o oponente como "um alemão bem mais jovem e com poucas manifestações da doença".
O português é jogador "há mais de 30 anos" e mesmo depois do Parkinson lhe ter sido diagnosticado há seis anos este decidiu continuar a jogar. "Não consigo jogar como antigamente, porque a doença limita os movimentos, provoca rigidez muscular, diminui os reflexos e provoca falta de equilíbrio", confessa, no entanto o desporto "ajuda a atrasar a evolução da doença", o que impulsiona Dámasio Caeiro a continuar a jogar.
Para participar na competição da ITTF, que decorreu em Nova Iorque, Damásio fez angariações de fundos no Facebook e recorreu à ajuda de amigos. "Precisei de cerca de 1.500 euros e a federação portuguesa limitou-se a ceder-me alguns equipamentos", contou, manifestando a sua vontade de participar no campeonato do próximo ano.