A Thomas Cook, operador turístico britânico que pediu falência em setembro, deixou uma média de dívida aos hotéis portugueses entre 70 a 100 mil euros, de acordo com a presidente executiva da Associação de Hotéis de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira.
"Essa é a dívida vencida e que vai ser reclamada nas insolvências. Agora, há insolvências em cascata, foi mais uma na Alemanha e também já divulgámos quem é o administrador da massa falida para serem reclamados créditos", frisou em declarações à Agência Lusa, revelando haver grupos hoteleiros no Algarve com valores em dívida bem mais altos, mas que na sua "maioria tinham seguros de crédito". "Esta questão está bastante bem assegurada", salientou.
A AHP espera agora para saber o que o futuro imediato irá ditar. "Agora é um bocadinho uma reorganização do mercado. O que se sente é que já há movimentações para ver quem é que fica com o mercado Thomas Cook a nível internacional [ainda no passado dia 9, a agência independente de turismo Hays Travel anunciou que vai comprar as 555 agências da Thomas Cook no Reino Unido]. Vai ser importante também na WTM [uma das maiores feiras de turismo], em Londres, ver como é que se vai distribuir esta nova capacidade", acrescentou a presidente executiva, completando ainda a intervenção com a ideia de que "é maior a perda de negócio futuro do que o prejuízo imediato".
A Thomas Cook, recorde-se, entrou em suspensão de pagamentos a 23 de setembro, depois de não obter os fundos adicionais de 200 milhões de libras (cerca de 227 milhões de euros) que os bancos exigiam para fazer face aos meses de inverno, deixando um 'buraco' de mais de 3000 milhões de libras (3370 milhões de euros). Quatro dias depois, o Governo português anunciou que as empresas afetadas pela insolvência do operador turístico teriam à disposição uma linha de apoio com um montante até 1,5 milhões de euros para financiar necessidades de tesouraria.