Depois de um verão marcado por várias ocorrências de falta de médicos de várias especialidade, a altura do Natal prepara-se para ser igual ou pior. A conclusão é de Alexandre Valentim Lourenço, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, cuja área de intervenção vai de Lisboa e Vale do Tejo ao Algarve, numa entrevista ao jornal Público.
Durante o verão que passou, foram vários os casos registados de falta de médicos em especialidades como ginecologia, anestesia e pediatria, que causaram falhas nas escalas das urgências e puseram em risco as maternidades da zona de Lisboa e do Algarve. Alexandre Valentim Lourenço, refere que há dois anos , aquando da greve dos enfermeiros especialistas houve já a compensação de horas por parte dos médicos, e que agora existe uma “agudização semelhante”. Explica que o problema se tem agravado “depois de dois anos a trabalhar a mais”, e que “dezembro será igual ou pior que o verão, por causa das férias de natal e do número de médicos que estão a sair”.
O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos afirma que as maternidades do Sul estão em risco de fechar na altura do Natal e que “o próximo Verão poderá ser pior do que este, se continuarem a sair médicos e a não entrar”. “A repercussão das cativações é permanente. A solução faz-se com organização, planeamento, seriedade e tal não se vê concretizado em medidas que possam inverter este panorama nos próximos três ou quatro anos”, conclui.
Alexandre Valentim Lourenço aponta como solução para esta falta de médicos no SNS “impedir que os médicos de 50 e 55 anos saiam” e a criação de “processos de formação e projetos para os médicos mais novos”, que garanta uma “progressão além do serviço de urgência”.