Foi detido, esta sexta-feira, Oliver O’Grady, considerado um dos maiores pedófilos ligados à Igreja Católica. O homem de 74 anos era procurado pelas autoridades irlandesas por suspeita de pornografia de menores. O ex-padre foi levado ao Tribunal da Relação de Évora e encontra-se em prisão preventiva até ser entregue às autoridades irlandesas, de acordo com o Jornal de Notícias.
O’Grady vivia em Loulé, desde finais de 2018, após fugir da Irlanda por ter reincidido no crime da pornografia infantil. Na segunda-feira foi localizado por inspetores da Unidade de Investigação Criminal da Polícia Judiciária que cumpriram o mandado de detenção europeu.
O homem tem um grande historial em crimes de abuso sexual a menores. Em 1993, quando era padre na Califórnia, O’Grady foi condenado a 14 anos de prisão por um crime de abuso sexual. Cumpriu apenas metade da pena e foi deportado para a Irlanda. Mais tarde, mudou-se para a Holanda, onde, apesar de estar proibido de voltar a excercer funções na Igreja, fez trabalho voluntário numa paróquia em Roterdão, onde organizou festas infantis e interagiu com menores.
No entanto, apenas em 2006, foram conhecidos os “grandes crimes” de O’Grady. No documentário “Livrai-nos do Mal”, o padre admitiu ter violado e abusado mais de 20 crianças, entre os anos 70 e 80, enquanto estava ligado à Igreja Católica.
Em 2010, voltou a ser detido, depois de se ter esquecido de um computador num avião que continha mais de 280 mil imagens, seis horas de vídeos e 500 páginas de discussão sobre pornografia infantil. Isto levou a 3 anos de pena.
Em 2016, foi visto por jornalistas, em Dublin, próximo de um parque infantil e de escolas e admitiu evitar sair casa quando estavam crianças na rua. "Talvez eu esteja melhor numa área mais isolada", confessou.
As autoridades irlandesas acreditam que O'Maley tenha voltado a reincidir no crime e se tenha envolvido, novamente, em crimes de pornografia infantil.