O Tribunal de Matosinhos vai decidir, no próximo dia 19, um processo sobre a alegada falsificação do contrato de compra e venda do carro que o cantor Angélico Vieira conduzia na noite em que sofreu o despiste que acabaria por levar à sua morte, em 2011.
Apesar de a leitura do acórdão estar prevista para esta terça-feira, o coletivo de juízes determinou que a audiência ia ser reaberta, para que o Tribunal tomasse conhecimento de toda a documentação de um processo cível correlacionado. Também o facto de ter sido alterada alterada a qualificação jurídica de um dos crimes em causa, o de falsificação agravada de documento, causou este adiamento.
Recorde-se que os arguidos são o dono de um stand da Póvoa de Varzim e a sua ex-mulher, acusados, para além da falsificação agravada, de burla qualificada e abusos de confiança.
Os dois alegaram que o automóvel já não lhes pertencia, porém, a mãe do cantor terá alegado que o dono do stand e a ex mulher terão forjado o contrato após o acidente. Segundo a acusação, citada pelo Jornal de Notícias, o ex-casal queria “afastar a responsabilidade que pudesse recair sobre a sociedade [comercial detida por ambos] pelo empréstimo do veículo sem seguro”. Ainda segundo o mesmo documento, também queriam ficar com outros carros que eram do cantor.
Ainda antes da leitura do acórdão, marcado para dia 19, os advogados podem fazer alegações complementares, numa sessão marcada para dia 12 de novembro.
Recorde-se ainda que o ator morreu dias após o acidente, que ocorreu na A1, em Estarreja, em junho de 2011. O acidente causou ainda a morte de um dos três passageiros que estavam na viatura.
As autoridades concluíram que o acidente, que levou à morte das duas pessoas, ocorreu devido ao rebentamento de um pneu, quando o carro seguia entre 200 a 240 km/h.